domingo, 28 de outubro de 2007

Fotografia:: Lá vem o sol


Olha a pose tipo Gisele Bündchen...

Depois de dias de chuva, dilúvio e caos total, finalmente abriu o sol no Rio de Janeiro e aproveitei o domingão pra curtir uma praia. Já que fui de carro, levei a minha câmera e tirei umas fotos sem muito compromisso. A primeira é da Alice numa pose bem blasé. A segunda foto é um bom exemplo de como um enquadramento pode influenciar na percepção de uma cena. Tava cheia a praia, né? Não. Nem tanto. Mas ao utilizar um enquadramento fechado e uma teleobjetiva, que tem por característica "comprimir" os planos da imagem, parece que os guarda-sóis (eu pesquisei e sim, o plural é esse mesmo) estão bem mais próximos do que na realidade.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Equipamento fotográfico e praia não costumam combinar. Mas com alguns cuidados dá pra levar na boa a sua câmera pra passear. Use um filtro UV à frente da sua objetiva para preservá-la. No meu caso, usava um polarizador circular. Tenha uma bolsa adequada e deixe a câmera sempre na sombra. Principalmente se for preta e toda de plástico como muitas das câmeras compactas. Não pegue a câmera molhado ou sujo de areia. Por último, ao chegar em casa, dê uma geral na máquina com o blower brush pra tirar qualquer areia que tenha ficado em alguma fresta.

As fotos desse post foram registradas com ISO 200 e em prioridade de abertura.

A primeira tem também o flash onboard pra efeitos de preenchimento das sombras. Distância focal (equiv.) de 70mm, f: 5,0 e t 1/250. Ela estava debaixo da sombra da barraca.

A segunda tem distância focal de 200mm (equiv.), f: 5,6 e t 1/800.

A maior dificuldade em condições de muita luz como a praia é enxergar o resultado das fotos tiradas no monitor LCD, por isso recursos como o historigrama e o alerta de highlights, que pisca nas partes superexpostas da imagem são muito úteis.


Enganei vocês. A praia nem tava tão cheia pra um domingo de sol.

Quem quiser conferir mais do meu trabalho como fotógrafo basta clicar aqui e acessar meu porfolio online.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Fotografia:: Respeitável público...



O circo chegou!!!

Como é assim que começa toda apresentação de um circo, achei que seria adequado iniciar o post assim.

No último domingo, levei a Alice à lona da Praça XI na companhia de dois bons amigos por conta de apresentação das crianças de uma ONG que se chama Praticável, na qual uma amiga psicóloga trabalha.

Assistimos à apresentação das crianças e ao espetáculo circense logo depois. Fazia tempo que eu não ia ao circo (talvez mais de dez anos) e confesso que achei o espetáculo fantástico. Tirando a parte dos milhões de dólares investidos, não ficam devendo nada ao Cirque Du Soleil (nada contra eles, apenas acho absurdamente caro). Muito bacana mesmo.

É claro que, munido de minha inseparável Nikon D40, registrei a apresentação para dividir com vocês um pouco da magia do circo. Foram mais de 160 fotos. Com muito pesar, selecionei 66 imagens para colocar numa galeria do Picasa. Essas duas estão entre as minhas preferidas, mas eu aconselho todos a conferir a galeria. Até pensei em postar apenas as 2 fotos que melhor representassem esses artistas para manter o padrão do blog, mas foi impossível. Não pela minha competência em fotografar, mas pela competência deles em fazer um espetáculo belíssimo.

Parabéns a eles e a todos os artistas que mantém o circo vivo e fazem crianças do mundo inteiro felizes como a Alice no domingo.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Como vocês vão poder conferir a maioria das fotos na galeria, vou resumir aqui o procedimento utilizado para registrar a maioria delas e as duas fotos que ilustram o post.

Prevendo que fotografaria com pouca luz, escolhi levar apenas a objetiva 50mm de f:1.8. Por causa do fator de crop, ela se torna uma 75mm
na D40. Confesso que uma grande-angular fez falta em vários momentos, mas é legal ser forçado a se mover de um lado pro outro para fazer a foto. A outra questão dessa lente é que ela não tem foco automático na minha Nikon (mas o display da câmera possui indicação de foco, pra minha sorte) e portanto eu utilizei uma abertura constante de f: 2.8 durante o espetáculo para ter o mínimo de margem de erro em relação ao foco.

Deixei o ISO em 800, que é um valor que me permitiu aumentar a velocidade de exposição para 1/200 a 1/320 quando os canhões de luz iluminavam o picadeiro, mantendo ao mesmo tempo um nível aceitável de ruído na imagem. Um dica pra quem pretende fotografar algo desse tipo é: planeje e se prepare pra situação que vai encontrar.

O fotômetro da câmera ficou em spot porque desse modo eu podia apontar para o ponto mais luminoso da roupa do artista em quadro e verificar se a exposição estava adequada ou muito "estourada". O modo era o M (Manual). Se quiser fotografar com consistência numa situação dessas abandone os modos automáticos. Neles, a câmera escolher os valores por você baseada no que você enquadrou, fazendo com que a abertura ou a velocidade fiquem sempre mudando. Defina um diafragma e uma velocidade padrão e vá se adaptando a partir daí.

A primeira foto teve velocidade de 1/250 e os parâmetros discutidos nos parágrafos anteriores. A segunda foi capturada com 1/60 de velocidade do obturador e os mesmos parâmetros.



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Se você quiser ver a galeria com todas as fotos do circo, basta clicar no mosaico acima.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Fotografia:: A Chapada dos Veadeiros (Pt. II)



Dando continuidade à saga deste fotógrafo pelo Cerrado brasileiro, mais um post com duas fotos da minha viagem à Chapada dos Veadeiros.

Nesse segundo post (clique aqui pra ver o primeiro), eu escolhi duas fotos da flora dessa região do Brasil, que é o segundo maior bioma do continente e é de uma beleza natural magnífica.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Ambas as fotos foram registradas com a excelente Sony H1 que eu tinha na época, em ISO 64 e utilizando um filtro polarizador, que colabora nas belas cores e no céu bem azul presente nas duas imagens.

Na primeira, um close-up aproveitando a boa capacidade de macro característica das câmeras digitais compactas. Abertura em f: 4.0 e velocidade de 1/160 com uma distância focal (equiv.) de 35mm.

A segunda traz uma preocupação maior com a composição no entrelaçamento quase geométrico e utiliza o contraste na planta proporcionado por um sol forte que incidia à 90 graus e nas nuvens brancas no céu. Mais uma vez o macro ajudou no desfoque tanto de parte das plantas em primeiro plano quanto do fundo. Velocidade do obturador em 1/125 e abertura f: 4.0. Distância focal (equiv.) de 75mm.




Quem quiser conferir mais do meu trabalho como fotógrafo basta clicar aqui e acessar meu porfolio online. Mais fotos da Chapada em um próximo post.

PS.: Esse post demorou a ser publicado devido a problemas no upload de imagens do Blogger. Tive que contornar utilizando outros meios e por isso, infelizmente, não há como ver as fotos em tamanho maior por enquanto. Conserto assim que puder.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fotografia:: A Chapada dos Veadeiros (Pt. I)


Em Abril desse ano, tive a oportunidade de curtir férias com o meu irmão, que está morando em Brasília. Passei dois dias na capital federal, a cidade das siglas e dos setores. Detalhe: Setor de postos e motéis??? Bizarro.

Depois passamos cinco dias na Chapada dos Veadeiros, que não fica muito distante mas já é dentro do estado de Goiás.

A natureza lá é espetacular e rendeu inúmeras fotos fantásticas. No total acho que foram mais de 300. Quase ocupei pela primeira vez o cartão de 1GB que eu tinha naquela época. Nem daria pra mostrar todas aqui mas vou postar algumas nos próximos dias.

Essa viagem me deu uma vontade danada de ser fotógrafo da National Geographic.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Todas as fotos dessa viagem foram tiradas com a Sony H1 que eu tinha (troquei por uma Nikon D40). É uma boa câmera pro fotógrafo ocasional e pro amador avançado.

A primeira é esse lindo pôr do sol que eu acho que é a melhor foto que eu já tirei. Aguentando muitos mosquitos, foi fotografada com ISO 64, f: 3.5 e velocidade 1/160 em modo P (programa) e com distância focal (equiv.) de 200mm. Valeu a pena.

Na segunda, essa vegetação ribeirinha foi fotografada com uma queda d'água magnífica de 80m de altura como fundo. Com prioridade de abertura e também em ISO 64, mas com f: 4, velocidade de 1/250 e distância focal (equiv.) de 320mm, o que permitiu o desfoque no fundo, já que as câmeras digitais compactas tem uma profundidade de campo elevada por conta do tamanho reduzido dos sensores (não, isso normalmente não é uma coisa boa).


Quem quiser conferir mais do meu trabalho como fotógrafo basta clicar aqui e acessar meu porfolio online. Mais fotos da Chapada no próximo post.

Cinema é fundamental para Nobel de Al Gore

Na semana passada, Al Gore dividiu o prêmio Nobel da Paz com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU) por sua cruzada para chamar a atenção do mundo em relação ao aquecimento global.

Apesar de uma corte britânica ter, recentemente apontado 9 inconsistências científicas no projeto do democrata, que foi vice-presidente durante o governo de Bill Clinton e candidato à presidência dos EUA em 2000 derrotado por George W. Bush numa eleição no mínimo duvidosa, Uma Verdade Inconveniente (2006), que ganhou o Oscar de Melhor Documentário no ano passado, foi fundamental para Gore levar ao mundo suas idéias e alertar a população do planeta sobre o que ele chama de uma "crise climática", que já está trazendo consequências sérias para o meio-ambiente e colocando em risco o futuro da humanidade.

Fim de filme

O Favoritos é um blog super interessante que compila tudo que tem de mais legal na internet, como, por exemplo, essa galeria no Flickr com 110 fotos de fins de filme. Pros cinéfilos e pros curiosos vale a pena conferir, é bem bacana.

O império das calças pretas

As pessoas que trabalham em escritórios pelo mundo afora devem se identificar com esse post.

Só uma coisa me irritava mais no trabalho de escritório que fazia do que acordar cedo, as idas a banco e a burocracia: as calças pretas.

Não é tanto sobre a calça em si, mas é que na maioria das instituições você é obrigado a usar um uniforme. E essa peça do vestuário simboliza a herança da sociedade disciplinar de que Foucault falava e que se instaurou no começo da revolução industrial com o intuito de homogeneizar as massas de trabalhadores. Individualidade, perspectiva e visão críticas não fazem parte desse modelo de sociedade do século XIX.

Na maioria dos casos, a calça preta faz parte do uniforme. E, às 6 da manhã quando eu a vestia para com ela passar a maior parte do meu dia, abria mão da minha individualidade e da minha identidade. Pense bem: você sequer pode escolher a roupa que vai vestir. E essa escolha diz muito às outras pessoas sobre quem você é através de códigos criados ao longo do tempo não só no campo profissional, mas na moda e nos costumes de cada cultura do globo. Os médicos usam branco, os advogados se vestem formalmente e se você conhecer um publicitário ou cineasta que não tem pelo menos um par de tênis coloridos, me avisa.

Quem é que nunca se olhou no espelho de uniforme antes de sair pra trabalhar e enxergou um estranho? As pessoas saem de casa sendo parte de uma massa uniforme cujo único objetivo é produzir, dia após dia e com isso ocupam a maior parte de inúmeros anos de suas vidas.

Eu proponho que voltemos a pensar, a ter uma visão crítica, a nos expressar e a ser nós mesmos no nosso dia-a-dia. E que as manchas e desgaste únicos dos jeans mais uma vez sejam símbolo de rebeldia como na década de 50. Benditos sejam os jeans, os tênis e as roupas coloridas e toda e qualquer coisa que sirva pra nos diferenciar uns dos outros num mundo em que, apesar de toda a liberdade e o acesso rápido e fácil à informação, cada vez mais o sistema nos pressiona para estar em acordo com os padrões propostos não só para as vestimentas, mas para a maneira de pensar e de encarar a vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Fotografia:: Um passeio no fim de tarde

Domingo à tarde e eu em casa, na maior preguiça, tentando ver Meu Tio Matou um Cara (2004), do Jorge Furtado, que tinha alugado na locadora. Depois eu vi e até gostei. Mas o Homem que Copiava (2003) é bem mais legal. Enfim, eu tentava ver o filme mas a Alice queria passear e eu acabei indo meio a contragosto. Já que eu tinha que ir, pensei: vou levar a câmera. De repente eu fotografo alguma coisa. Peguei a minha segunda filha (a Nikon D40), a Alice e fui. Até que saíram umas fotos bacanas de coisas que tem aqui perto de casa mesmo. Escolhi essas duas pra postar aqui no blog.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Ambas as fotos foram tiradas só com a luz natural de um belo entardecer. Eram umas 16:30, eu acho. Usando o modo de prioridade de abertura (o meu preferido, como vocês podem ter reparado) e ISO 400 pra aumentar a velocidade e não tremer com a câmera, já que eu estava usando a lente 18-135mm quase sempre em 135mm ou mais na parte teleobjetiva. A primeira foi tirada com f: 5 e 1/400 de velocidade com uma distância focal (equivalente) de 75mm. A foto abaixo foi capturada com diafragma f: 5.6 e velocidade 1/125. A distância focal (equiv.) era de 110mm.


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domingo, 7 de outubro de 2007

Fotografia:: O velho através do novo

Na semana passada, no primeiro sábado à noite com a minha Nikon D40 nova eu resolvi que iria fotografar alguma coisa pra usar o equipamento novo e testar umas idéias de setups.

Acabei montando um mini-estúdio na sala de casa com um fundo infinito branco. O objeto escolhido tem um valor sentimental e simbólico. Essa Minolta SRT101 foi do meu pai, que também adora fotografia. Depois ela ficou guardada num armário velho por muito tempo até que eu a achei e herdei ela. Desmontei, limpei e recuperei a câmera e até fiz algumas fotos com ela. Achei que seria legal fotografar a câmera antiga com a nova. O resultado é uma série de fotos, das quais escolhi essas duas pra postar aqui no blog.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

O setup era o seguinte: luzes fluorescentes do teto como preenchimento, uma pequena luminária fluorescente como contra-luz e um flash SB600 rebatido num isopor como luz principal. Tive que filtrar o flash com uma gelatina plus green pra equilibrar a temperatura de cor com as lâmpadas fluorescentes.

O ISO era 200 para ambas as fotos e foram tiradas em modo de prioridade de abertura, o que me permitia trabalhar mais facilmente com a profundidade de campo nas imagens. Às vezes compensava com a velocidade de exposição, sempre baixa. Usei um tripé e o timer de 2s pra evitar fotos tremidas. A foto de cima foi tirada com f:8 e 1/5 de exposição. A de baixo com f:5,6 e 1/10 de velocidade.


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Crítica:: Tropa de Elite: além das (grandes) expectativas

É fato que a pirataria gerou uma quantidade enorme de mídia espontânea para Tropa de Elite e é claro que isso também faz com que as expectativas em relação ao longa sejam muito maiores.

Pois bem. Na sexta fui conferir se o filme dirigido por José Padilha e produzido por Marcos Prado e as minhas expectativas foram superadas em todos os aspectos. Me arrisco a dizer que é um dos melhores filmes brasileiros que eu já vi.

Tecnicamente, o filme é excelente e está no nível das produções internacionais em termos de qualidade de imagem e som, sendo esse último um destaque muito positivo. Especialmente na mixagem.

O roteiro de José Padilha, Bráulio Mantovani (roteirista de Cidade de Deus) e Rodrigo Pimentel (ex-integrante do BOPE) é excelente. Mesmo recursos que normalmente são considerados prejudiciais à narrativa como o flashback e a narração em voice over são utilizados de forma adequada e contribuem positivamente na construção da história. Os personagens são interessantes, coerentes e profundos.

José Padilha optou por uma estética ultra-realista e faz um excelente trabalho na condução da narrativa e em termos estéticos. A fotografia, de Lula Carvalho contribui com o uso extensivo da câmera na mão que inclui o espectador na ação e também tem uma proposta realista que casa muito bem com a direção. As cenas de ação são muito bem coreografadas e estão em um padrão de qualidade nunca antes visto no cinema nacional. A trilha musical é excelente, assim como todo o som do filme.

O trabalho do elenco, comandado pelo diretor e preparado pela Fátima Toledo, é simplesmente fantástico. O destaque, claro, é o Wagner Moura (Capitão Nascimento), cuja atuação é irrepreensível do primeiro ao último minuto do longa.. Mas Caio Junqueira (Aspirante Neto), André Ramiro (Aspirante Matias) e o restante do elenco também têm ótimas atuações e estão de parabéns.

Mas, muito além de um filme de ação competente, Tropa de Elite é um soco no estômago e deve te fazer sair do cinema um tanto chocado. Mostra, através da ótica do policial, a proporção que a violência tomou no Rio de Janeiro e questiona o que é aceitável e até que ponto podemos chegar para manter uma ordem que é extremamente frágil e qual a nossa parcela de responsabilidade nisso tudo. Não acho que o filme vanglorie o BOPE, a tortura, a violência e muito menos que o filme seja fascista. Se visto com um mínimo de senso crítico, acredito que o filme traz todos esses assuntos para a discussão e isso é fundamental para a nossa sociedade. Considero uma pena que um dos efeitos colaterais desse sucesso de público que o filme teve antes mesmo de sua estréia, seja transformar um filme que traz questionamentos sérios e pertinentes à sociedade em um ícone pop ultraviolento.

Em suma, Tropa é um grande filme de ação. Mas, para aqueles que mantiverem a mente aberta, é muito mais do que isso: é um filme que provoca a reflexão e a discussão que precisamos para começar a mudar a situação em que vivemos. Parabéns ao diretor por conseguir construir uma obra completa que é tanto um filme de entretenimento com estética e técnica notáveis, quanto um filme engajado socialmente.

Outras opiniões +

Tropa de Elite é um tiro de calibre 12 na cara (Jorge Antônio Barros - Repórter de Crime)

Tropa de Elite (Neusa Barbosa - Cineweb)

Tropa de Elite (Erika Liporaci - No Escurinho do Cinema)

Tropa d(a) Elite (Baú de Tranqueiras)

Essa crítica e outras notícias de cinema estão no Pipoca da Boa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Fotografia:: Uma viagem de ônibus inusitada


Esse é o primeiro de uma série de posts de fotografias minhas.

Dentro de ônibus acontece de tudo. Essa foto foi tirada dentro de um ônibus indo do Humaitá pra Gávea. Eu entrei no ônibus com a minha irmã e uma amiga e esse senhor tocava acordeon com uma alegria de dar inveja.

Ele contaminou todo mundo no ônibus. As pessoas cantarolavam as músicas que ele tocava e aplaudiam ao final. Ele só agradecia e nada pedia. Tocava pelo prazer de tocar. Dava pra ver nos seus olhos.

Alerta! Daqui pra frente o post é mais técnico. Se você não saca muito de fotografia pula pro final pra ver a outra foto.

Eu estava com a minha Nikon D40 e saquei, pedi permissão e tirei umas 4 ou 5 fotos. Primeiro eu aumentei o ISO mas não deu. Tive que usar o flash onboard da câmera, que eu odeio. Mas até que não ficou tão ruim (depois de alguma correção no Photoshop).

Na pressa, fotografei em P (Programa) e me arrependi de não ter tirado mais fotos, de não ter usado o modo de prioridade de abertura e de não ter trocado a objetiva pela minha 50mm, que é bem mais luminosa (f:1.8). Mas um misto de tensão e medo por sacar uma câmera de R$ 2.500 no meio de um ônibus no Rio de Janeiro me impediram de fazer isso tudo.

Ambas as fotos foram tiradas com uma objetiva 18-135mm e com ISO 1600. A de cima com uma distância focal (equivalente) de 50mm, abertura f:5 e velocidade 1/60. A de baixo manteve a velocidade, mas a distância focal era de 100mm e a abertura f:5 e 1/3.


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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A primeira dose é de graça

Num esquema parecido com aquele usado pelos traficantes de drogas pra viciar os usuários onde a primeira dose é de graça, o Disney Channel vai abrir seu sinal para todos os assinantes de TV paga assistirem à estréia de High School Musical 2 (2007) no próximo domingo dia 7 às 20h.

Parece bem apropriado porque, honestamente, esse filme deve ser uma droga mesmo.

E é claro que depois eles vão ganhar rios de dinheiro em vendas de DVD e milhares de outros produtos licenciados que vão de álbum de figurinhas à biscoitos de chocolate estampados com a cara desses atores e atrizes sem talento.

PS.: Sim. Essa é uma cena do filme. E sim, eles estão todos cantando dentro da piscina em volta de um piano rosa. Eu odeio musicais. Musicais teen então nem se fala.

Porque as séries demoram tanto pra chegar ao Brasil

Eu sou viciado em séries. Adoro. Quando eu prestei vestibular e passei só pro segundo semestre da UFRJ passei esses seis meses (e mais uns dois da greve... básico) assistindo Sony, Warner e Fox o dia inteiro. Hoje eu sou mais light. Só acompanho de perto Lost e Heroes e vejo de vez em quando House, 24 Horas e as eternas, mas sempre engraçadas reprises de Friends e Seinfeld.

Eu vejo séries desde que as pessoas tinham o maior preconceito e chamavam elas de enlatados. Elas só passavam na Sessão Aventura e nos sábados e domingos pela manhã na Globo. Pra quem só viu Malhação depois da Sessão da Tarde eu relembro que a Sessão Aventura ocupava esse horário na década de 80 e início de 90 e passava séries clássicas como Mac Gyver (Profissão Perigo), Esquadrão Classe A, Dama de Ouro e uma que ninguém lembra, mas que eu adorava: a Força de Emergência. Era tipo uma SWAT dos anos 80. Eu lembro da abertura onde o narrador dizia assim:

“Quando o cidadão está com problemas, ele chama a polícia. Mas quando a polícia está com problemas, eles chamam a... FORÇA DE EMERGÊNCIA!!!”.

Muito bom, né? Alguém lembra disso?

OK. Chega de nostalgia. Como eu ia dizendo, o meu irmão compartilha esse meu vício e uma dessas noites batendo papo, a gente chegou a uma conclusão: existe uma conspiração (eu tinha dito que gosto de conspirações) pra que as séries só cheguem ao Brasil com pelo menos uns seis meses de atraso. É sério... pensem bem... porque é que as séries não são exibidas aqui ao mesmo tempo que lá nos EUA?

Eu até entendo que as séries demorem a chegar na TV aberta. Eles querem que você tenha um TV por assinatura. Isso é óbvio. Mas não passar na TV fechada não faz o menor sentido. Onde é que eles querem que você assista?

E nem adianta culpar a legenda. Se cinco ou seis nerds conseguem fazer uma legenda sincronizada com perfeição e traduzida melhor do que a Mônica Pessegueiro do Amaral, que traduz a legenda de TODOS os filmes que eu vejo no cinema (mas isso é assunto pra outro post), porque a Fox ou a Sony teriam dificuldades?

A nossa conclusão estarrecedora é a seguinte: Eles fazem isso pra vender mais assinaturas de Internet banda larga! É óbvio que se você não consegue assistir aqui, tem que baixar de algum site pirata ou um torrent. E pra isso você precisa de uma Internet banda larga. Até porque se for discada, você vai ver Lost ou 24 Horas mais rápido se esperar chegar na Globo.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

O dono da janela

Esse post é pra falar sobre aquelas regras invisíveis, não ditas, mas que estão implícitas e de um jeito ou de outro todo mundo acaba respeitando mesmo sem saber exatamente o porquê.

Eu nunca tinha reparado mas, segundo uma amiga, quem senta na janela do ônibus tem o total e arbitrário controle sobre a mesma. Se você está na janela, pode ficar tranquilo e fazer o que bem entender com ela. A regra é clara. Mas se sentou no corredor ou está em pé pode dizer adeus a qualquer chance de decidir o que acontece com a janela.

Eu disse que nunca tinha reparado. Isso foi até sexta passada.

Foi nesse dia chuvoso que eu estava voltando pra casa no final da tarde e peguei um ônibus (óbvio) lotado. Quem já pegou um ônibus lotado num dia de chuva sabe muito bem que a primeira reação das pessoas é fechar todas as janelas e frestas possíveis do ônibus. Eu juro que não entendo. Se molhar nem pensar. Mas respirar é opcional.

É claro que pra completar tinha um engarrafamento monstruoso na auto-estrada Lagoa-Barra.

Depois de alguns minutos com 70 pessoas dentro de um espaço confinado, é óbvio que ficou bastante abafado. Tava sufocante, pra dizer a verdade. Um sujeito que estava em pé ao meu lado e que, assim como a maioria dos seres humanos, precisa respirar, teve a boa idéia de abrir a janela superior.

É aí que entra o dono da janela. Pra ele não interessava se todo mundo ia morrer sufocado ou não. Aquela era a janela dele e assim ele fechou a janela por mais que já não estivesse chovendo mais. Depois de mais umas duas tentativas frustradas, parece que lembramos da "regra" e ninguém mais tentou abrir a janela dele. Por sorte eu estava bem embaixo daquela escotilha (é assim que se chama?) , eu a abri pra entrar um ar e sobrevivi pra contar essa história.

Afinal, eu podia não estar na janela mas eu era o "dono da escotilha".

PS.: A primeira coisa que eu fiz quando o cara se levantou e eu sentei no lugar dele foi escancarar a janela. E que se dane se alguém ficou com frio...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Porque eu gostei de Paraíso Tropical

Sim. Eu confesso. Mesmo correndo o risco de perder todos os meus amigos e o respeito dos meus colegas de trabalho, eu confesso: gostei de Paraíso Tropical e assisti até o último capítulo.

A novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares pode ter tido vários defeitos. Não há dúvida que eles existem. Mas criticar é fácil.

Prefiro me ater aos seus muitos êxitos. Ao priorizar várias pequenas tramas e subtramas de duração mais curta ao invés de uma ou duas tramas sem fim que permeiam os seis meses de exibição, o último folhetim das 8 da TV Globo conseguiu um ritmo mais ágil e prendeu a atenção do espectador, já que o desenrolar das histórias era bem mais rápido.

A direção esteve bem ao longo da novela com uma ou outra cena repreensível e o elenco, especialmente no núcleo dos vilões, foi acima da média.

Na reta final, é claro que tem que se dar um desconto para as concessões que os autores têm de fazer em nome do clamor popular. Ainda assim, o resultado é bastante satisfatório. As cenas de ação do último capítulo tem uma qualidade de direção, edição, fotografia e trilha musical que eu jamais tinha visto em uma novela da Globo. Fico feliz de estarmos evoluindo nesses aspectos.

O ponto alto do capítulo final foi realmente a revelação do assassino da vilã Taís. Numa cena bem construída, os autores tiveram a coragem de escapar do artifício (estúpido) do assassino de quem ninguém suspeitava e mantiveram a coerência fazendo com que o assassino fosse Olavo (Wagner Moura), o vilão da novela. A surpresa ficou por conta do motivo do assassinato. O bacana é ver que aquela velha máxima do "não é o que você conta, mas a maneira como você conta" prevaleceu e rendeu uma boa história em que todas as pontas soltas foram devidamente resolvidas e equacionadas pelos roteiristas.

Parabéns a todos os envolvidos na produção e espero que as futuras novelas e seriados possam contar com um roteiro inteligente e de qualidade, que é a base para um programa interessante.

Teoria da conspiração



Todo mundo que me conhece sabe que eu adoro uma boa teoria da conspiração. Melhor ainda se envolve sociedades secretas, o governo americano e tudo mais.

No entanto, o vídeo acima não tem nada de ficção. Esse episódio infeliz aconteceu na Universidade da Flórida, em 17 de Setembro. O estudante Andrew Meyer foi preso e passou a noite na cadeia sob a alegação de "perturbar a ordem" simplesmente por fazer uma pergunta ao Senador John Kerry, que dava uma palestra para os alunos da universidade.

Tudo bem que ele pode ter sido um tanto insistente nas suas perguntas e na indagação a Kerry se ele de fato fazia parte da mesma sociedade secreta da qual (supostamente) faz parte o presidente George W. Bush. Mas isso não era motivo pra prender o rapaz e muito menos para dominá-lo usando choques elétricos.

Me impressiona o desespero do estudante em querer saber o que tinha feito de errado, os pedidos de socorro e o apelo para que o policial não use o taser. A cena é deprimente e mostra o quanto a sociedade americana se dispõe a abrir mão de suas liberdades individuais por um pouco mais de segurança. Ou pelo menos por um pouco mais de sensação de segurança.

Além de ser lamentável, me deixou curioso o fato desse episódio, que é no mínimo polêmico, ter sido deixado de lado pela mídia como um todo tanto nos EUA quanto no Brasil. Questionei vários amigos e ninguém sabia do acontecido ou tinha sequer ouvido falar.

Policiais dominando um estudante sem maiores razões... Mídia encobrindo os fatos... Estou começando a achar que essa sociedade secreta pode existir.

Mas a verdade está lá fora. Agora vocês já sabem. E da próxima vez que forem falar sobre sociedades secretas... cuidado com quem está ouvindo...

De volta...

Andei um pouco ocupado.

Entre outras coisas, estou trabalhando pra fazer uns freelas como fotógrafo e recuperar o investimento que fiz na compra de uma câmera digital nova.

Se alguém quiser conferir o meu portfolio pode clicar aqui.

Eu estava hospedando minhas fotos no Photobucket. Mas o Carbonmade tem uma aparência mais clean e profissional, não dá pra copiar as fotos com facilidade e o limite de 35 fotos para a conta gratuita é mais do que suficiente para que alguém avalie o meu trabalho.

Mas o objetivo do post é dizer que estou de volta e vou procurar atualizar o blog com frequência.

PS.: No embalo do tema fotográfico eu atualizei o Top5. Confiram aí ao lado.