quinta-feira, 26 de março de 2009

Cidade Transparente

Esse a tradução do título do livro de Michael Wolf, The Transparent City. As fotos de uma temática urbana e moderna, são incríveis. Segundo críticos, as imagens remetem a Blade Runner, pela questão da metrópole moderna. No caso, o centro de Chicago. A minha primeira associação quando vi a galeria no site Lens Culture, foi o Janela Indiscreta, de Hitchcock, um dos meus filmes favoritos, pela questão do voyeurismo, sempre presente na fotografia e exacerbada pelos centros urbanos, onde é mais fácil permanecer anônimo enquanto se observa os outros.

Particularmente, adoro a cidade como tema para a fotografia. Tem algo de atraente nas linhas retas e ângulos não-naturais que me atraem muito visualmente. Acho o cenário urbano absolutamente fascinante pela dicotomia entre o planejado e o caótico. É algo difícil de encontrar em outros lugares, outras circunstâncias.

Esse post veio através do Olha, Vê, excelente blog sobre fotografia do Alexandre Belém.

quarta-feira, 25 de março de 2009

É Tudo Verdade. Sério.

Começa hoje, 25/03, em São Paulo e amanhã, 26/03, no Rio de Janeiro, o festival É Tudo Verdade. Na 14a. edição, o festival internacional de documentários é o principal evento dedicado exclusivamente à cultura do documentário na América do Sul, com exibição anual de cerca de uma centena de não-ficcionais brasileiras e internacionais.

Entre os destaques, está Garapa, o novo projeto do diretor José Padilha (Ônibus 174, Tropa de Elite), que conta a história de três famílias no Ceará e sua luta para superarem a a falta de comida e a miséria. O longa, rodado em 35mm, de 110 min, vai ser exibido no Unibanco Arteplex no sábado, 28/03, às 20:00 e na quarta, 01/04, às 16:00.

Outro grande destaque é O Equilibrista, vencedor do Oscar 2009 de Melhor Documentário. Dirigido pelo britânico James Marsh, o filme conta a história do equilibrista francês Philippe Petit (foto que ilustra o post), que desafiou as autoridades americanas ao se equilibrar numa corda bamba entre as Torres Gêmeas do WTC, em 1974. Você pode conferir o filme de 94 min em uma única apresentação no Cinemark Downtown, na quinta 02/04, às 19:30.

Vale a pena esses e outros filmes desse importante gênero do cinema, que recuperou força nos últimos anos com obras que fizeram sucesso, como A Marcha dos Pinguins, Uma Verdade Inconveniente, Super Size Me e Tiros em Columbine, entre outros.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Novos cartões

Semana que vem estreio novos cartões de visita. Essa é a frente. O verso terá o mesmo design e trará os meus contatos, como se fosse a continuação do filme, o próximo frame desse rolo de créditos.

Eu tinha feito mil deles há um tempo atrás, com outro desenho, mas os meus números mudaram e, francamente, o meu gosto também.

Para o primeiro problema, a portabilidade numérica trouxe a solução. Não mudo nunca mais de número de celular. O meio ambiente agradece. A minha operadora de celular, sinceramente, acho que não, num fututo próximo. Para o segundo, vai ser mais difícil encontrar solução, mas devo dizer que fiquei bastante feliz com o resultado do design dos cartões novos, que eu mesmo fiz.

sábado, 21 de março de 2009

Cinema:: Mão na massa e olho na câmera

Com o fim das filmagens de Lula, o filho do Brasil, provavelmente vamos começar a pré-produzir o roteiro escrito por mim e pela Lulu Telles para o Fábio Barreto, o Bodas de Seda.

É uma produção simples, com apenas uma locação, e com um orçamento modesto. Por isso mesmo, a expectativa é iniciar as filmagens ainda em Abril. Acredito que o mais difícil vai ser conciliar as agendas de um elenco principal tão numeroso.

Mas vamos lá, o negócio é meter a mão na massa e correr atrás.

terça-feira, 10 de março de 2009

Roteiro:: Boa sorte, Zeca.

Esse foi o primeiro nome do pseudônimo sob o qual inscrevi o Retrato de Família, roteiro no qual venho trabalhando desde o final do ano passado, no edital para desenvolvimento de roteiros de longametragem do Ministério da Cultura.

O edital pede na verdade o envio de um projeto e, em caso de aprovação, disponibiliza uma verba de R$ 50.000 para que o roteirista desenvolva o seu roteiro num prazo de sete meses. O mais interessante é que apesar do patrocínio, o roteirista mantém os direitos integrais sobre sua obra, sendo apenas obrigado a mencionar o incentivo do governo federal nos créditos do filme, caso esse venha a ser realizado.

Após alguns meses trabalhando no roteiro, finalmente consegui concluir uma escaleta que me agrada, o que foi um tremendo quebracabeças. Em breve vou começar a escrever o primeiro tratamento do roteiro. É curioso olhar os primeiros arquivos de trabalho e anotações sobre esse projeto e notar como ele se transformou desde então. Personagens surgiram, outros foram excluídos ou ganharam importância que não tinham. Fico feliz de estar desenvolvendo um processo mais orgânico de trabalho, menos linear, menos engessado naqueles moldes que vemos na teoria e que, quando usados com parcimônia, são essenciais para nos nortear e estruturar. Norte e estrutura são fundamentais num roteiro, assim como a disciplina e o trabalho duro, mas não servem de nada sem criatividade, inspiração e uma dose de liberdade.

Em breve escrevo outro post com uma breve sinopse da história.

domingo, 8 de março de 2009

Crítica:: Who watches the Watchmen?

I do!

Como apreciador de quadrinhos e ex-adolescente nerd, eu havia lido a graphic novel há uns bons doze anos, e por isso, fui conferir a estreia da aguardada, disputada e conturbada adaptação da obra do fantástico Alan Moore para os cinemas.

Polêmicas a parte, o filme é muito bom. Com o relativo sucesso de 300 e uma boa dose de personalidade, Zack Snyder conseguiu convencer os executivos que ser fiel à graphic novel seria o melhor caminho a seguir. E foi. O roteiro é na verdade uma mera adaptação e condensação da brilhante obra de Moore, que decepcionado com Hollywood, abriu mão de todos os direitos e ganhos financeiros em favor de David Gibbons, o desenhista. A trama é interessante, mas o grande mérito de Watchmen é a profundidade de seus personagens e a narrativa extremamente psicológica, que se mantiveram no filme. Apesar do final ter uma solução diferente dos quadrinhos, eu a considerei bastante elegante e mais alinhada com os dias de hoje. Me agradou, mas não vou comentar mais pra não estragar o fim do filme.

Talvez o grande mérito de Snyder enquanto diretor tenha sido mesmo defender o material original, sem ceder à maioria dos apelos do estúdio, principalmente em relação à violência e nudez presentes nos quadrinhos, numa tentativa clara de obter uma classificação mais branda para o filme e assim faturar mais uns trocados. O filme é extremamente fiel, até mesmo em alguns enquadramentos e diálogos, transpostos ipsis literis para as telas dos cinemas. Relativamente inexperiente em longametragens, ele peca por alguns excessos, preciosismos como a farta utilização de câmeras lentas, especialmente na sequência inicial, onde o Comediante trava uma luta contra um agressor misterioso. Um grande acerto de Snyder foi a maneira através da qual compilou décadas de um background indispensável para compreender o universo de Watchmen em uma sequência que apresenta também os créditos iniciais.

O elenco de rostos desconhecidos funciona bem. É difícil dar credibilidade a um super herói quando ele é a cara do Ben Affleck. Apesar das críticas, gosto da atuação de Patrick Wilson como o Coruja e de Jackie Earle Haley como o Rorschach e não tenho nada contra o Comediante de Jeffrey Dean Morgan.

É claro que tecnicamente o filme é muito bom. Fotografia, edição e todo o resto estão dentro do nível de excelência que se espera de uma produção hollywodiana que custou mais de US$ 130 milhões. Mas, ao menos pra mim, uma grata surpresa e, francamente, uma das melhores coisas do filme, é a trilha musical. Com uma seleção bastante abrangente de músicas que se encaixam perfeitamente nos vários momentos do filme em que são utilizadas, a música se destaca e ajuda a compor a obra e a criar o clima.

Em suma, Watchmen foi uma graphic novel que revolucionou o mundo dos quadrinhos na década de 80, dando uma sacudida nos arquétipos estabelecidos até então. A obra é tão influente, que foi considerada pela revista Time como um dos 100 romances mais importantes de todos os tempos. É claro que o filme jamais terá o mesmo impacto, mas é uma adaptação fiel que promete agradar aos fãs, desde que eles não sejam fundamentalistas muito radicais. Eu gostei, mas não sei se teria a mesma graça se eu não tivesse tido contato com a obra de Alan Moore antes, apesar de que os arquétipos com os quais Moore jogou há mais de vinte anos, são agora quase que de domínio público, se é que se pode usar essa expressão.

Outras opiniões +

Falta de bons atores prejudica desempenho de "Watchmen" (Mateus Potumati - G1)

As impressões de "Watchmen" (Blog do Bonequinho)