quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Top 5 no Pipoca da Boa

Estou estreando um Top 5 no meu blog dedicado exclusivamente à cinema.

Passem por lá e confiram clicando aqui. O tema dessa semana é: As Piores Adaptações para o Cinema de Todos os Tempos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Talentos individuais não salvam Toma Lá Dá Cá

Essa semana tive a oportunidade de assistir ao novo programa humorístico da Globo que estreou na terça passada. Toma Lá Dá Cá conta com atores de talento incluindo Diogo Vilela, Marisa Orth, Adriana Esteves, Arlete Salles e Miguel Falabella, que ao lado de Carmem Barbosa é um dos criadores do sitcom. O restante do elenco se completa com os jovens Fernanda Souza, Daniel Torres e George Sauma e com Alessandra Maestrini.

Os personagens são extremamente estereotipados: Marisa Orth mais uma vez vive uma personagem completamente superficial. Rita é uma Magda menos burra. Falabella por sua vez encarna um Caco Antibes menos escandaloso no papel de Mário Jorge. Arlete Salles criou uma avó bêbada e farrista. O restante dos personagens são rasos e a empregada não consegue fugir da fórmula da doméstica cômica: insolente e desbocada. A personagem de Adriana Esteves é a mais contida e talvez por isso a menos chata.

Com um roteiro muito fraco, as poucas risadas da platéia (eu mesmo só dei uma meia risada e nem me lembro do que foi) saíram de atuações individuais. Não é o suficiente. Falabella esteve nos EUA assistindo a gravações de sitcoms americanas diante da platéia para implantar esse esquema em Toma Lá Dá Cá. Ele deveria ter aproveitado para verificar que os sitcoms que fizeram sucesso por lá se baseiam no roteiro e em personagens interessantes. E assim, mesmo atores de menor nível técnico, como Jennifer Aniston, de Friends, dão conta do recado quando o roteiro é bom. De outro modo, nem mesmo os melhores atores farão um programa engraçado e que seja gostoso de assistir.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Crise de criatividade ou política de mercado?

Escrevendo para o blog recentemente e lendo alguns artigos, me dei conta do número extraordinário de filmes que são adaptações, remakes ou simplesmente seqüência. A quantidade de filmes com roteiros originais tem diminuído nos últimos anos em Hollywood.

Adaptações sempre estiveram presentes na história do cinema e fizeram chegar às telas clássicos da literatura que renderam grandes filmes de sucesso. No ranking dos 100 melhores filmes do American Film Institute, 49 foram adaptados ou inspirados a partir de romances, contos e livros de não-ficção. Seja em termos de crítica ou público esses filmes obtiveram grandes êxitos. Vale lembrar de Uma Mente Brilhante (2001), que faturou o Oscar de Melhor filme e a adaptação de um dos livros mais lidos do planeta: Senhor dos Anéis, cuja trilogia rendeu uma bilheteria de quase US$ 3 bilhões de dólares se combinarmos o faturamento mundial dos filmes e 17 Oscars incluindo o de Melhor Filme para o episódio final da saga lançado em 2003.

Mas o que vemos hoje na verdade é uma enxurrada de adaptações que se apropriam de elementos já inseridos e instaurados na cultura de massa como forma de promover o filme antes mesmo do seu lançamento. Adaptações de histórias como heróis de quadrinhos, desenhos animados, seriados de TV e até mesmo jogos de videogame e PC. Podemos citar aqui a trilogia do Homem Aranha, Sin City (2005), os recém-lançados Transformers (2007) e Simpsons – O Filme (2007), a promessa de um novo filme do He-Man, de uma adaptação de Sex and The City, e os recentes Resident Evil (2002) e seqüência e Doom (2005).

Somando-se a isso, temos um número elevado de remakes e seqüência. O remake é uma nova versão de um filme previamente realizado e lançado. O mais notável na história recente provavelmente é Os Infiltrados (2006), de Martin Scorcese, versão de um filme obscuro de Hong Kong que ganhou o Oscar de Melhor Filme no ano passado e Guerra dos Mundos (2005), de Steven Spielberg. Qualquer filme dos últimos anos que tenha feito sucesso imediatamente ganha uma (ou duas) seqüência. Velozes e Furiosos (2001) e suas continuações são um bom exemplo de seqüência fora de propósito que sequer tratam dos mesmos personagens. Transformers (2007) mal foi lançado e já terá uma continuação em 2009.

Diante do número pequeno de filmes citados em relação às possibilidades de preencher muito mais linhas com filmes não-originais de todos os tipos, pode parecer que a afirmação de que Hollywood está vivenciando uma crise de criatividade é verdadeira. Nada poderia ser mais incorreto, porém. Segundo estimativas, o número de roteiros originais registrados anualmente nos EUA pode passar de 80.000. Então porque é que não se produzem mais filmes originais? A resposta é simples. O cinema americano é uma poderosa indústria. Um negócio. E a regra para investir capital em qualquer aplicação é procurar sempre o menor risco aliado às maiores taxas de retorno.

Fica óbvio que investir em uma fórmula de sucesso já testada e comprovada é muito mais seguro e lucrativo para os acionistas dos estúdios de Hollywood. Colocar dezenas de milhões de dólares em um roteiro original pode ser arriscado demais. Utilizar um produto que já está inserido na cultura popular é uma forma de proteger esse investimento ao garantir, aliado a estratégias de lançamento que consomem cada vez mais recursos em publicidade, um grande público para o filme. O público maior também chama a atenção de empresas interessadas em promover seus produtos através do filme. A última aventura de James Bond, Casino Royale (2006), por exemplo, traz a Sony, distribuidora do filme, aparecendo em DVDs, celulares, câmeras, monitores e notebooks. Virtualmente todos os carros que aparecem no filme pertencem ao grupo Ford (incluindo o incrível Aston Martin do 007) e a vodka Smirnoff foi inserida no Martini, o drink imortalizado pelo personagem.

Por último, gostaria de destacar, como contraponto, que ainda há excelentes roteiros originais sendo produzidos e levados às telas todos os anos por produtoras de grande porte e por seus selos “independentes”, como o ótimo Pequena Miss Sunshine (2006), o excelente Mais Estranho que a Ficção (2006) e tantos outros que nos deixam ainda alguma esperança no cinema americano e em sua renovação.

Pra saber mais +

Clique nos links do texto para acessar o IMDB.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Pequenos Imprevistos na Lapa

Pra quem não sabe, "Pequenos Imprevistos" é o título do curta-metragem roteirizado e dirigido por mim e produzido pela Atitude Produções.

Foi rodado em Dezembro do ano passado e conta a divertida história do Mário, um cara super apaixonado pela namorada que quer pedi-la em casamento mas só se mete em roubada. O resultado final ficou bem legal. Vale a pena conferir.

Enquanto não fecho com a Globo um valor pra passarem no Telecine (é muito novo pra passar na Tela Quente), a gente vai exibindo ele onde e quando dá.

Ele será exibido amanhã, no cineclube Beco do Rato. Fica na Rua Morais e Vale ,8 Lapa. Começa às 22:30.

Eu ainda não sei se vou poder estar lá mas fica aí o aviso e o convite.

domingo, 5 de agosto de 2007

Crítica:: Transformers: Ação e Efeitos de Qualidade

Nesse fim de semana pude finalmente conferir o filme que, para minha surpresa, obteve a melhor estréia de filmes originais (isto é, ele não é uma seqüência) arrecadando um total de US$ 67,6 milhões na América do Norte. Transformers é baseado no famoso desenho da década de 80 onde robôs que se disfarçam como máquinas comuns vem parar na Terra e aqui travam batalhas. Os Decepticons querem dominar nosso mundo enquanto os Autobots tentam defendê-lo. O curioso, pra quem não sabia, é que os brinquedos da Hasbro (que é também produtora associada do filme) é que deram origem ao desenho e não o contrário.

Abusando dos efeitos especiais que dão vida aos robôs e das cenas de ação, o filme é um pouco longo demais (143min.), mas não chega a cansar se a sua paciência não for muito curta e consegue manter o ritmo que se espera de um filme de ação na maior parte do tempo. O filme é bom tecnicamente, a fotografia de Mitchell Amundsen é elogiável. Especialmente no que diz respeito às cenas de ação onde a câmera faz você se sentir participando dos acontecimentos e combina com os efeitos especiais de maneira mais do que adequada, o que é um fator a ser considerado num filme como esse.


A direção é de Michael Bay, de A Ilha (2005), Pearl Harbor (2001) e Armageddon (1998). Não restam dúvidas que ele faz um bom trabalho dirigindo ação com a decupagem e execução que colocam o espectador dentro do filme.

O seu defeito, no entanto, é o de querer agradar a todas as audiências. O que pode ser considerado compreensível num grande empreendimento comercial que custou cerca de US$ 150 milhões, faz com que enquanto temos uma trama adolescente (mais interessante, em minha opinião) envolvendo Sam (Shia LaBeouf, o novo queridinho de Hollywood) um jovem que compra seu primeiro carro para conquistar a garota dos seus sonhos (Megan Fox) e acaba se deparando com um dos robôs mocinhos, tenhamos em paralelo uma trama que envolve um grupo de soldados de elite do exército americano, o secretário de defesa e uma analista de sistemas com pretensões de atingir um público mais adulto. Na parte final do filme, o roteiro coloca as duas tramas juntas e perde em consistência. Pra completar, surgem figuras cômicas bastante exageradas através dos personagens de Anthony Anderson e John Turturro. Ambos são estereótipos que forçam a barra e simplesmente não combinam com o restante do filme. Momentos piegas fora de hora e contexto, típicos de Bay (em Armageddon e Pearl Harbor tem aos montes), completam os problemas do longa.


Desconsiderando toda a polêmica em relação à apologia às forças armadas americanas e a toda a propaganda presente no filme, eu diria que se você está disposto a passar um (bom) tempo assistindo a um filme de ação divertido e ver os robôs que fizeram parte da sua infância tomarem vida através de efeitos especiais fantásticos e entrarem em combate em cenas de ação muito bem dirigidas, eu recomendo o filme. Agora, se está esperando uma trama complexa, mais séria e um pouco mais adulta eu sugiro conferir a programação do cinema de novo ou ir ao teatro.


Pra quem viu e gostou, eu adianto que tem mais. Como fica claro no final, entre um crédito e outro, haverá uma seqüência e ela tem previsão de chegar aos cinemas em 2009.


Pra saber mais +

Clique nos links do texto para acessar o IMDB.

Outras opiniões +

Trama longa e boba afunda 'Transformers' (G1)

Efeitos especiais são o forte de "Transformers" (Reuters)

Michael Bay faz liquidificador de referências em que só robôs se salvam (Folha de S. Paulo)