As últimas duas semanas foram ocupadas com um trabalho freelancer de câmera e edição para um projeto chamado Movimento Yamaha, que visa levar a adolescentes do ensino médio que estudam em escolas públicas uma peça encenada por quatro atores que chama atenção para a educação no trânsito de maneira descontraída.
O job consistia em filmar seis apresentações em escolas públicas da rede estadual e editar um clipe de aproximadamente quatro minutos, que você pode conferir a seguir.
Fiquei satisfeito com o resultado final e impressionado com a falta de estrutura na maioria das escolas que visitamos. Agora é voltar para o 'Retrato de Família' para concluir o terceiro tratamento do roteiro de longametragem.
Eu cresci, como a maioria das pessoas da minha geração, assistindo a filmes. Posso dizer sem sombra de dúvida que eles fazem parte de quem eu sou. Assisti incontáveis filmes no cinema, na Sessão da Tarde, em vídeo... a maioria de Hollywood.
O cinema americano adora (e quem não adora?) histórias de amor. Especialmente se elas forem inusitadas e tiverem finais felizes, como o curtametragem logo acima. Signs não é um filme americano. É um curtametragem dirigido por um australiano, Patrick Hugues. O filme é bem bolado, começando pelo título, que na tradução significa tanto sinais quanto placas (assista e você vai entender a relevância dessa brincadeira com o duplo sentido da palavra). A direção e a fotografia são boas. Mesmo. A trilha, a direção de arte e o roteiro são ótimos e o mais importante é que no final, depois de muitas risadas e alguns suspiros, você acaba com o coração amolecido (se não ficou, por favor verifique se você ainda tem um).
Fico pensando quanto da nossa maneira de ver os relacionamentos amorosos e das nossas idéias de romance foram plantados e são mediados pelo cinema de Hollywood. Fico pensando em como a nossa subjetividade é construída pela cultura que consumimos. Fico pensando se histórias tão bacanas como essa acontecem na vida real. Fico pensando se elas também terão um happy end, como aquele de quase todos os filmes hollywoodianos. Fico pensando que não há uma janela diante da minha, só um muro de concreto.
PS.: Assisti a Signs através do Massa Cultural, um ótimo blog sobre diversidades.
Essa é a chave para a fotografia e para diferenciar o fotógrafo criativo, o artista, do amador.
O vídeo abaixo (em inglês) mostra um pequeno trecho de uma rara entrevista concedida pelo grande fotógrafo Ansel Adams.
Um dos maiores fotógrafos do século XX, Adams começou sua carreira em 1927 e trabalhou até a década de 70, se caracterizou pela maestria com que tratava seus negativos e ampliava suas cópias. Com origens no estilo pictorialista, que procurava imitar o Impressionismo e alçar a fotografia ao patamar das outras artes, Ansel Adams logo encontrou um estilo próprio, abandonando o pictorialismo para dar valor a um maior realismo, que conseguia através de foco e exposição precisas, do contraste elevado e do absoluto controle tonal sobre a imagem. Suas imagens se destacavam, acima de tudo, pela clareza.
A imagem que ilustra o post tem o título The Tetons and the Snake River e é de 1942.
Voltando ao vídeo, de valor histórico indiscutível, Adams acredita que o amador olha para o mundo e clica sem critério. Imagine o desespero dele hoje, com câmeras digitais acessíveis e memória ficando cada vez mais barata. Já o fotógrafo, o profissional criativo, o artista, olha para o mundo e busca algo especial. Pra ele, a fotografia começa na mente do fotógrafo, no que ele chama de o olho da mente. O criativo então usa seus conhecimentos e suas ferramentas para transferir para o papel o equivalente daquela imagem etérea e intangível que ele considera valiosa e relevante. Aparentemente é um conceito simples, agora que você leu. Mas é de uma clareza impressionante. Provavelmente a mesma clareza que ele imprimia às suas imagens.
Esse trabalho incrível, A Short Love Story do Carlos Lascano, é uma animação curtinha que combina as técnicas de animação em stop motion, a tradicional animação 2D e efeitos do Adobe Photoshop e After Effects. A parte técnica é bem detalhada no site do Lascano, perfeito pra quem gosta de conhecer os pormenores e ver o making of desse curta. A mescla de técnicas tem um resultado final fantástico, uma textura que eu nunca havia visto.
O roteiro é simples, mas bem bacaninha e a música (Hoppípolla, do Sigur Rós) é excelente e ajuda a compor o clima. Pra quem é mais sensível, vale até umas lágrimas.
Assistam. É curtinho, mas é bem legal. Recomendo, pra quem tem uma conexão mais rápida com a internet, ou um pouco mais de paciência, assistir em HD, no Vimeo.
Eu sempre tive por perto muitas psicólogas e psicólogos (normalmente nessa ordem). A minha mãe é psicóloga. Os amigos da minha mãe são psicólogos. Já tive namorada psicóloga. Tenho amigas psicólogas. Além de já ter tido um psicólogo, que hoje acabou virando amigo também.
Talvez por isso eu tenha morrido de rir com o vídeo abaixo.
Ou talvez seja pelo fato do Fábio Porchat ser hilário. A Luana Piovani também está ótima. Parabéns aos dois e ao roteirista.
Não deixem de assistir ao outro vídeo sobre futebol. É engraçadíssimo.
Se quiser ver mais do Fábio, você pode acessar o blogdele ou o site da Comédia em Pé.
Foi mais ou menos assim que nasceu esse projeto. Vida em Xeque foi o primeiro roteiro meu que foi filmado e o primeiro curta-metragem que eu dirigi.
Com equipamento disponível e uma fita miniDV sobrando, eu, a produtora Ariane Barbim, e os parceiros Pedro Henrique e Eduardo Renatino rodamos o filme numa tarde de domingo. A narração em off de Tiago Lopes veio depois.
A idéia precisava ser simples de produzir e ao mesmo tempo interessante. A premissa era a comparação de um jogo de xadrez com a nossa existência.
Assistam, avaliem, discutam e divulguem por favor.
Todo mundo que me conhece sabe que eu adoro uma boa teoria da conspiração. Melhor ainda se envolve sociedades secretas, o governo americano e tudo mais.
No entanto, o vídeo acima não tem nada de ficção. Esse episódio infeliz aconteceu na Universidade da Flórida, em 17 de Setembro. O estudante Andrew Meyer foi preso e passou a noite na cadeia sob a alegação de "perturbar a ordem" simplesmente por fazer uma pergunta ao Senador John Kerry, que dava uma palestra para os alunos da universidade.
Tudo bem que ele pode ter sido um tanto insistente nas suas perguntas e na indagação a Kerry se ele de fato fazia parte da mesma sociedade secreta da qual (supostamente) faz parte o presidente George W. Bush. Mas isso não era motivo pra prender o rapaz e muito menos para dominá-lo usando choques elétricos.
Me impressiona o desespero do estudante em querer saber o que tinha feito de errado, os pedidos de socorro e o apelo para que o policial não use o taser. A cena é deprimente e mostra o quanto a sociedade americana se dispõe a abrir mão de suas liberdades individuais por um pouco mais de segurança. Ou pelo menos por um pouco mais de sensação de segurança.
Além de ser lamentável, me deixou curioso o fato desse episódio, que é no mínimo polêmico, ter sido deixado de lado pela mídia como um todo tanto nos EUA quanto no Brasil. Questionei vários amigos e ninguém sabia do acontecido ou tinha sequer ouvido falar.
Policiais dominando um estudante sem maiores razões... Mídia encobrindo os fatos... Estou começando a achar que essa sociedade secreta pode existir.
Mas a verdade está lá fora. Agora vocês já sabem. E da próxima vez que forem falar sobre sociedades secretas... cuidado com quem está ouvindo...