sábado, 27 de novembro de 2010

Analytics, Insights e ROI

Recentemente, as duas maiores redes sociais do mundo ganharam ferramentas para atrair anunciantes e departamentos de marketing.


O Facebook, que já tinha o Insights para as páginas, finalmente liberou para todos os administradores o Post Insights, recurso que já estava disponível em fase de testes desde o final de janeiro. Enquanto o Insights apresenta um painel de controle com uma série de informações sobre o uso e interação dos fãs com as páginas, a 'nova' ferramenta exibe, abaixo de cada post, o número de impressões da mensagem e o feedback (curtir ou comentários) através de uma porcentagem.


Já o Twitter, que vem tentando encontrar maneiras de viabilizar seu modelo de negócios, disponibilizou uma ferramenta oficial de Analytics, inicialmente apenas para alguns usuários. O Twitter Analytics trará em seu painel um relatório sobre a timeline, com informações sobre menções, follows e unfollows , retweets e o número de usuários que marcaram o post como favorito. Com a aguardada ferramenta, que vem sendo comentada há meses, o usuário terá também um painel exclusivo para acompanhar o desempenho dos promoted tweets, uma das ferramentas pagas que a empresa introduziu nos últimos meses com foco na publicidade online.

Em um cenário de inovação onde paradoxalmente os investimentos precisam ser justificados com dados e números concretos, Facebook e Twitter já entenderam que, para continuarem recebendo atenção de agências de publicidade e departamentos de marketing ao redor do mundo, terão que fornecer informações que permitam aos analistas de social media criar metodologias para calcular o ROI de ações nessas redes sociais, que devem continuar a crescer.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Instant Everything

Essa semana um jovem estudante de ciência da computação criou o Youtube Instant, um mecanismo de busca que exibe resultados do site de vídeos enquanto você digita, em tempo real. A criação de Feross Aboukhadijeh fez tanto sucesso que o próprio criador do Youtube ofereceu, através do Twitter, um emprego ao rapaz.

Isso me fez pensar que o mundo ruma para uma era de infinitas possibilidades. Diferentes caminhos de vida, carreiras, filosofias, encontros amorosos. As informações são agora instantâneas e em quantidade e velocidade avassaladoras. Qualquer coisa é possível, a qualquer momento. E isso tudo pode ser libertador, ou incrivelmente assustador e paralizante.

A maioria de nós, que temos menos de 30 anos, já vivemos mais amores do que nossos bisavós, tivemos mais empregos e conhecemos mais lugares do que nossos avós e, muito provavelmente, já sonhamos muito mais do que os nossos pais. Por outro lado, quanto mais sonhamos, mais desejamos, maiores são as chances de perder contato com o real. Aumenta o risco de se ver em uma eterna encruzilhada, paralizado diante de tantas portas e caminhos. A ansiedade e a inquietação que muitas vezes a gente nem sabe de onde vem são um mal de quem tem diante de si um mundo inteiro.

Sem foco, sem estar centrado, as chances de nos perdermos nessa miríade de destinos possíveis que invadem nosso dia-a-dia são enormes. É preciso sempre ter em mente nossos valores e o que é realmente importante pra que possamos ter a chance de amar mais, sonhar mais, conhecer mais do mundo e tornar concretos os nossos desejos. E, de quebra, compartilhar isso com todo mundo. De preferência, em tempo real.

Boa sorte, Aboukhadijeh.

sábado, 4 de setembro de 2010

9 coisas sobre mim

OK, eu admito. Não fui convidado a participar do meme que alguém (não sei ao certo) começou, mas depois de ler o post da Gabi, do Inagaki e o da Carol Naumann, acabei parando pra pensar o que eu diria se tivesse que listar algumas coisas sobre mim mesmo. Essa auto-reflexão acabou virando esse post. Sem mais delongas, vamos às primeiras coisas que vieram à minha cabeça quando parei pra pensar no que diria aqui:


1. Tenho uma filha. Ela é a coisa mais linda do mundo e tem seis anos. Sim, é cliché, mas é verdade: passa muito rápido. Adoro ser pai.

2. Sou carioca, mas amo morar em São Paulo. Essa metrópole é absolutamente fascinante pra mim sob todos os aspectos. Até escrevi um post sobre isso.

3. Sonho muito. Desde pequeno, sempre sonhei muito: acordado, dormindo e e no meio termo entre os dois.

4. Eu sou racional. Preciso dar sentido ao mundo à minha volta e a melhor maneira de fazer isso é através da lógica, da razão. Não tente me convencer de alguma coisa sem argumentos sólidos.

5. Falo muito. Adoro conversar, contar histórias. Uma namorada me disse uma vez que eu era o melhor contador de histórias que ela conhecia. Nunca esqueci. Foi um dos maiores elogios que já recebi.

6. Queria ser detetive particular quando crescesse. O primeiro livro que comprei foi 'Dick Tracy' e li quase tudo da Agatha Christie. Adoro film noir.

7. Acredito em filosofia de vida, não em religião. Impossível confiar num sistema que encoraja as pessoas a aceitar verdades sem questionar.

8. Já fiz de tudo. Tive um programa de rádio e escrevi pra um jornal na faculdade. Trabalhei numa biblioteca, como tradutor, já pintei paredes e carreguei caixas por dinheiro. Lavava o carro do meu pai e limpava o quintal pra faturar o trocado das figurinhas e dos gibis. Quando ganhei o meu primeiro salário, comprei uma mochila nova.

9. Não acredito mais em contos de fada e romances de filmes hollywoodianos. O que a gente vê nos comerciais de margarina é só publicidade bem feita. Acredito nos relacionamentos adultos e maduros, construídos sobre bases sólidas, e não projeções e fantasias adolescentes.

É isso. Escrevi tudo de uma vez só e juro que me abstive de editar o conteúdo. E você? Já pensou o que escreveria sobre si mesmo? Se estiver disposto a encarar o exercício, poste no seu blog e deixe o link nos comentários.

domingo, 29 de agosto de 2010

'The Pacific' vai além do (excelente) visual

Séries e filmes de guerra tentam sempre retratar o que acontece aos soldados no campo de batalha com o máximo de realismo. Vencedor do prêmio Emmy de Melhor Minissérie, The Pacific faz isso com uma maestria técnica impressionante. Da direção de arte à cinematografia, passando por efeitos especiais e a direção, a série tem um visual simplesmente irretocável.

O mais interessante é que a série de TV mais cara da história, com um orçamento de US$ 200 milhões, produzida para a HBO por Steven Spielberg e Tom Hanks, tem também um roteiro excelente, onde a narrativa vai além das cenas de ação e da representação realista do combate.

O roteiro de The Pacific é baseado em dois livros de veteranos de guerra e entrelaça as histórias reais de três fuzileiros navais americanos, contando o que acontece aos homens e aos seus espíritos, algo difícil de imaginar para quem nunca esteve numa situação como aquela. Tédio, ansiedade, ódio, culpa, a transformação de homens de fé em incrédulos e a busca por um sentido para todo tipo de atrocidade estão nos dez capítulos e tornam as histórias de John Basilone, Eugene Sledge e Robert Leckie ainda mais tocantes e significativas.

A minissérie pode chocar os mais fracos e emocionar o espectador, mas com certeza o fará refletir sobre os horrores da guerra e sobre quão efêmera é a existência humana. Imperdível, do primeiro ao último capítulo.

Um último conselho: assista à abertura de The Pacific. É espetacular. Confesso que assisti aos créditos iniciais em todos os dez capítulos.

domingo, 22 de agosto de 2010

Burocracia, malandragem e o serviço no Brasil

Vivemos em um país onde a burocracia torna tudo lento e moroso, um efeito colateral da tentativa de blindar o sistema público contra a corrupção que impera em uma cultura onde levar vantagem é uma atitude aceita e encorajada.

Essa cultura acabou contaminando as empresas privadas e o atendimento ao consumidor, engessando instituições que, por natureza e exigência de um mercado cada vez mais competitivo, deveriam ser ágeis e flexíveis. Mesmo empresas multinacionais que, em outros países tem um atendimento ao cliente que é referência, acabam reféns desse círculo vicioso que escapou da esfera pública e influencia toda a sociedade brasileira.

As empresas que prestam serviços ao consumidor no Brasil parecem estar sempre se defendendo da possível malandragem do cliente, aquele que deveria ter sempre razão. Criou-se um padrão inverso no atendimento ao consumidor, onde a burocracia é que manda.

Na semana passada, confirmei essa teoria através de uma desagradável experiência com o PHD - Pizza Hut Delivery em São Paulo. A operação era simples: fazer um pedido usando um cupom de desconto que havia ganho na última vez que fiz uma compra com eles. Uma boa maneira de fidelizar o cliente, que acabou fazendo justamente o contrário. O tal sistema não permitia ao atendente me dar o desconto. Um consumidor consciente, gastei 25 minutos e muita paciência para fazer valer o meu direito e finalizar o pedido do jeito que gostaria. Nada feito. Mesmo depois de todas as explicações e de pedir para falar com o gerente, quando o pedido chegou à minha residência, não era o que eu queria.

De fato, é uma pena que nesse círculo vicioso, empresas e consumidores estejam perdendo por conta de uma cultura que precisa urgentemente mudar.

domingo, 6 de junho de 2010

Novos Rumos


Eu sinceramente não me lembro exatamente quando foi a primeira vez que eu acessei a internet. Devia ter uns 13 anos e, fazendo as contas, isso aconteceu nos idos de 1995. Naquela época eu não poderia fazer ideia dos rumos que tomaria a rede mundial de computadores, inicialmente concebido para uso militar, como tantas outras tecnologias.

Nos últimos 15 anos, tanto eu quanto a internet trilhamos caminhos inusitados. Ela, diziam os mais pessimistas, afastaria as pessoas e criaria uma geração de jovens ainda mais alienados do que aqueles que cresceram diante da televisão. No entanto, hoje a internet é fonte quase infindável de informação e referências legítimas, além de conectar pessoas no mundo inteiro, especialmente através das redes sociais. Eu cursei publicidade, me apaixonei por fotografia e decidi estudar cinema.

A banda larga nos reaproximou e, como roteirista e profissional de comunicação, comecei a passar cada vez mais tempo diante do computador e conectado à internet. Fui fisgado pelas redes sociais e confesso que o Twitter é, na minha opinião, uma das coisas mais interessantes que aconteceu na rede.

Desde o começo do ano, expandi meus horizontes profissionais e a definição da minha ocupação se tornou um tanto etérea. Me tornei um criador de conteúdo, independente do meio. E certamente o meio mais democrático e repleto de oportunidades é a internet. Esses novos rumos em termos de carreira foram consolidados há 3 semanas, quando me tornei de fato um redator web e analista de social media. Os desafios diante de mim são tão grandes quanto a própria rede, assim como o meu entusiasmo, já que ganhar a vida criando para esse meio tão extraordinário, é um enorme prazer.

Em tempo, a imagem que ilustra o post é um mapa que leva em conta a densidade da conexão à rede no mundo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre romance, poesia e realidade

Apesar de não ser um leitor assíduo de poesia, sempre gostei desse gênero literário precioso e já até me aventurei por ele algumas poucas vezes.

A poesia transcende a realidade e arranja palavras para criar significados que não existem numa prosa comum. Talvez por isso, tenha se tornado um clichê questionar se a realidade acaba com a poesia. Eu proponho pensarmos no inverso: será que a poesia não acaba com a realidade?

Há algumas semanas, assisti numa sessão dupla, Antes do Amanhecer e Antes do Por do Sol dois ótimos filmes de Richard Linklater. Separados por um hiato de nove anos pra quem assistiu o primeiro filme em 1995, pra mim eles são uma coisa só, contínua. Foi assistindo a esse conjunto que me dei conta do quanto a poesia pode ser destrutiva na prática. Quando me refiro à poesia, no entanto, estou falando de toda idealização, de toda construção romântica, de toda criação de um universo fantástico, de tudo que representa algo mágico e intangível.

Em Antes do Amanhecer, o personagem de Ethan Hawke conhece a personagem interpretada pela encantadora Julie Delpy durante uma viagem de trem na Europa. Tomado por um lampejo de coragem que faz inveja a todos que deixaram um oportunidade passar na vida, Jesse convida Celine para uma aventura: passar a noite juntos, andando sem rumo por Viena, até a manhã seguinte, quando ele voará de volta pros EUA. Ela aceita e os dois vivem uma noite mágica, passeando por uma cidade deslumbrante, se conhecendo, encontrando personagens estranhos e se apaixonando um pelo outro. Ao final da noite, o inevitável acontece e os dois tomam caminhos diferentes, com a promessa de que se encontrarem no mesmo lugar, em exatos seis meses.

Enquanto muita gente esperou anos pela continuação do filme para saber o que aconteceu a Jesse e Celine, esperei minutos para descobrir que os dois não se encontraram seis meses depois. Em Antes do Por do Sol, Jesse está em Paris para divulgar um romance que conta a história que viveu em Viena e Celine acaba encontrando ele. O que parece ser acaso, vai se revelando um encontro premeditado à medida que os dois colocam o assunto em dia e eventualmente confessam um ao outro que nunca tiraram aquela noite de suas mentes. E que não conseguiram ser felizes, em grande parte, por conta disso. O filme, curto, nos delicia com esse reencontro para, mais uma vez, deixar o final em aberto.

Ao final dos dois filmes, fica a pergunta: e se eles não tivessem tido a noite em Viena? A responsabilidade de superar algo tão mágico, tão irreal, tão poético, certamente é grande demais para qualquer um e esmagadora para um relacionamento em que se vivem as pequenas alegrias do cotidiano, mas também os percalços. É impossível se comparar àquela noite. É impossível se comparar à poesia e ao romance. É impossível se comparar à felicidade dos comerciais de margarina (que são, confesso, o meu ideal pessoal de felicidade). Será que a poesia não acaba destruindo a realidade? Será que, sem parte das idealizações românticas e das enormes expectativas que todos carregamos, não seríamos mais felizes no mundo real? Ou será que o mundo real e os relacionamentos não teriam a menor graça sem tudo isso? Se um dia eu tiver a resposta, prometo compartilhar.

terça-feira, 20 de abril de 2010

I'll be alright...


O que se faz com uma tarde livre, um apartamento vazio, uma câmera fotográfica, um tripé e um controle remoto?

A resposta está nessa série de auto-retratos que eu fiz e postei no meu Flickr. A imagem do post é a primeira de um total de sete. Espero que vocês curtam.


sábado, 10 de abril de 2010

Criando conteúdo pra internet

Desde o mês passado, venho trabalhando em um projeto como redator web freelancer. A ideia era lançar alguns blogs e começar a criar conteúdo para uma agência digital. Os dois primeiros blogs que entraram no ar foram o Tomada8 e o #NOPS.

O Tomada8 me deu a possibilidade de escrever sobre duas das minhas maiores paixões: o cinema e as séries de TV. Com posts diversos sobre as produções e
lançamentos do audiovisual no Brasil e no mundo, o site é uma boa pedida pra quem deseja se manter atualizado e saber o que assistir no final de semana na telona ou no horário nobre das noites de segunda à sexta.

Escrever pro #NOPS é simplesmente um exercício de criatividade e tem sido um enorme prazer. Com uma proposta similar ao do site americano The Onion, a ideia do blog é criar notícias fake, seja para criticar, tornar realidade aquilo que gostaríamos que fosse verdade ou simplesmente pra nos divertir lendo as matérias e compartilhando com os amigos mais desavisados.

Além das páginas, você pode encontrar e compartilhar o conteúdo dos dois blogs no Twitter e no Facebook.

Para acessar os sites, basta clicar nos thumbnails que ilustram o post.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Crítica:: A Desbiografia de Manoel de Barros

No dia 14 de Janeiro, apenas quatro dias antes do meu aniversário, tive o privilégio de assistir o documentário Só Dez Por Cento É Mentira - A Desbiografia Oficial de Manoel de Barros numa sessão do Folha Documenta, no Cine Bombril, em São Paulo. Passei as duas últimas semanas entre a correria do dia-a-dia de quem acabou de se mudar e a sensação inquietante de não conseguir encontrar as palavras certas para escrever sobre esse filme. Foi aí que percebi que, se é que aprendi algo com esse filme de título intrigante que conta a história desse fantástico poeta sul-matogrossense, é que não existem palavras certas.

Pra começar, enquadrar o filme em uma classificação é um desafio. Diria que o filme do diretor Pedro Cezar foi classificado como documentário quase que por eliminação. Extremamente criativo, como a figura que retrata, o filme é mais do que isso. Me arrisco a dizer que o longametragem de 76 minutos de duração carrega consigo um pouco da personalidade do recluso Manoel de Barros. O filme é inventivo, lúdico e bem humorado, mas principalmente, não se restringe a nenhum dos paradigmas dos gêneros cinematográficos. Os realizadores se permitiram romper esses limites e esse talvez tenha sido o seu maior acerto.

Mas nem de longe foi o único. Muito pelo contrário. Só Dez Por Cento é Mentira é de um apuro visual fantástico. Ele flerta com a poesia visual sem se tornar hermético e apresenta a obra do poeta como ela foi concebida: pra ser lida, em inserções de texto, sem narração. A impecável direção de arte de Marcio Paes e a belíssima fotografia de Stefan Hess compõem esse ambiente onírico onde o sentido das palavras (e das imagens) é muito menos importante do que elas mesmas. A fotografia, a poesia de Manoel de Barros e as entrevistas são costuradas pela música de Marcos Kuzka, que conduz o espectador sem influenciá-lo demais.

Confesso que não conhecia a poesia de Manoel de Barros. E confesso que, apesar do prêmio de Melhor Documentário conquistado pelo longa no II Festival Paulínia de Cinema, pouco tinha lido sobre o filme. Talvez esses dois fatores tenham tornado essa experiência (por falta de uma palavra melhor) ainda mais interessante. Para um sujeito pragmático como esse que vos escreve, a proposta do poeta de transver o mundo é fascinante. Um sujeito que comparece aos próprios desencontros merece o nosso respeito e admiração. Fui assistir um documentário e acabei levando uma verdadeira lição que me mostrou o quanto enxergamos o universo que nos cerca de maneira pequena e pouco generosa. Assistir a um filme que não só registra a obra de Manoel de Barros, mas que se investe dela e que a incorpora para retratá-la só torna a experiência ainda mais interessante. Só Dez Por Cento É Mentira - A Desbiografia Oficial de Manoel de Barros deveria ser obrigatório para crianças e adultos de todas as idades.

Em tempo, a imagem que ilustra o post está disponível para download no site oficial do filme. A página do Facebook também merece uma visita.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Na metrópole

Sou um sujeito urbano. Amo a metrópole e tudo de superlativo que ela abriga entre um edifício e outro, debaixo de seus viadutos e dentro de seus túneis. A metrópole me faz sentir mais personagem de filme. Se sentir tão pequeno diante das construções, ser uma parcela tão ínfima de uma população gigantesca, traz uma insuspeita sensação de liberdade que nenhum autor daquelas ficções científicas mais tenebrosas poderia ter previsto em seus contos. Talvez por isso tenha nutrido o desejo de trocar o Rio por São Paulo. Ainda não é de maneira definitiva, mas há 15 dias, acabei fazendo essa mudança. Troquei a cidade maravilhosa e toda a sua beleza natural de cartão postal pela selva de pedra que abriga o coração financeiro do país, que é o que a maioria dos imigrantes procura quando vem pra cá.

Mas não é só no campo profissional que se pode ter um ganho em São Paulo. Ganha-se em cultura, numa cidade repleta de museus e centros culturais e cuja arquitetura prova que o formato supostamente retangular da maioria de suas construções ainda deixa espaço para engenheiros e arquitetos conceberem belas obras de arte. Ganha-se em diversidade de programas, de atividades, de gente, de hábitos e costumes nessa verdadeira babel que nunca para. Um dos 'problemas' da capital paulista é que sempre há algo pra se fazer. Ganha-se no sentimento de solidariedade e cortesia surpreendente para uma cidade desse porte. Pode ser que eu esteja enganado e que essa seja uma visão romanceada de quem acabou de chegar, mas mesmo reconhecendo os defeitos dessa cidade que é o lar de mais de 11 milhões de pessoas, ainda sou capaz de enxergar muitas coisas positivas nessa cidade que, de tão monstruosamente grande, acaba se tornando fascinante para seus novos habitantes.

A fotografia que ilustra o post foi tirada por mim do topo do Edifício Itália, o prédio mais alto de São Paulo, onde se tem uma vista magnífica da cidade.