sábado, 11 de abril de 2009

Abaixo o amor, viva as boas surpresas

Calma, não perdi as esperanças de encontrar o amor não. É que eu assisti mais uma vez Abaixo o amor ontem. Eu já tinha assistido esse filme de 2003 uma vez em DVD há algum tempo atrás e, para minha surpresa, tinha gostado muito. Um filme que tinha tudo pra ser bem água com açúcar, me surpreendeu.

O roteiro não tem grandes surpresas, mas é redondinho, bem construído, tem bons diálogos e momentos espirituosos. O filme conta a história de Barbara Novak (Renée Zellweger), uma escritora feminista que se envolve com o jornalista playboy pegador (literalmente, no nome) Catcher Block (Ewan McGregor). Preciso dizer que os dois acabam se apaixonando apesar de serem completamente diferentes? Pois é. O casal de protagonistas tem boa química e suas atuações são cheias de humor. O elenco ainda conta com David Hyde Pierce (o eterno Dr. Niles Crane de Frasier), que interpreta o atrapalhado chefe e amigo de Catcher. Na categoria olha, esse cara tá nesse filme!, ainda temos Timothy Omundson, o policial ranzinza de Psych, fazendo uma pequena ponta entre os homens da editora que publica o livro de Barbara.

A história se desenrola na década de 60 e o filme não apenas representa aquela época, mas também se utiliza dos meios de fazer cinema daquela época para compor algo bastante original em termos de estética. As cenas de carro, por exemplo, foram feitas com o uso de projeção em backdrop, exatamente como se fazia na época. As transições entre uma cena e outra, o uso do split screen nas conversas telefônicas também são característicos dos anos 60. Esse recurso, aliás, é usado com criatividade e rende uma das melhores sequências do filme na minha opinião, quando Barbara e Catcher interagem através da tela dividida numa cena que sugere o ato sexual e que termina com os dois desligando o telefone, deitados no chão, e acendendo um cigarro cada um. A direção de arte é um dos maiores acertos do filme, especialmente nos cenários fantásticos que parecem realmente ter saído do túnel do tempo e dos figurinos, que não só compõem os personagens, mas são utilizados como elementos de cenas e rendem até momentos engraçados.

Enfim, Abaixo o amor é sim água com açúcar e pode até ser açucarado, mas definitivamente não é aguado. Apesar de se utilizar de clichês, o faz com inteligência e bom humor. É um filme ágil e divertido, ótimo pra ver de coração partido (e dar uma levantada no astral) ou à dois (e rir juntos dos pobres mortais que ainda correm atrás desse negócio complicado que é o amor), de preferência com um balde de pipoca.

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