sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Precisamos de cinema pipoca

Estive na última semana envolvido com o Festival do Rio. Quase não assisti a nenhum filme, mas procurei participar ativamente do RioMarket, o evento paralelo que discute negócios e o mercado do audiovisual nacional e internacional. Acho de fundamental importância discutirmos o cinema brasileiro para que possamos construir um futuro melhor para ele e, por tabela, para nós, profissionais da área.

Os três primeiros dias do evento foram abertos a quem se inscrevesse com antecedência pela internet e, para minha surpresa, estavam relativamente vazios.

O primeiro dia teve como tema o financiamento do audiovisual, com destaque para a apresentação do presidente da ANCINE, Manoel Rangel. Ele descreveu com muito eloquência o panorama do mercado brasileiro atual e, principalmente, demonstrou ter visão de pra onde ir a seguir. Foi muito interessante também a apresentação do Rio Audiovisual, um ambicioso programa de revitalização e incentivo a audiovisual carioca, parceria da Secretaria de Cultura do Estado e de uma renovada RioFilme, sob o comando do competente Sérgio Sá Leitão.

O segundo dia trouxe representantes de duas das maiores produtoras nacionais, a Conspiração Filmes e a Total Entertainment, além de Paula Lavigne, uma produtora independente de peso no cenário nacional. Eles se revezaram para falar dos filmes de sucesso no Brasil nos últimos anos. O sábado ainda contou com uma mesa intermediada por Rodrigo Fonseca, em que Mariza Leão, produtora e roteirista, e René Belmonte, roteirista, falaram sobre escrever filmes de sucesso no Brasil.

O terceiro dia foi mais voltado para a televisão, com representantes da Globo e da Record discutindo como escrever o que o espectador quer ver e como produzir sucessos de audiência. Destaque para a presença de Roberto Farias, híbrido de cineasta e homem de TV, segundo palavras do próprio.

O que ficou desses primeiros dias de discussão é que, se quisermos ter uma indústria cinematográfica auto-sustentável e saudável, capaz de produzir em quantidade e qualidade e de absorver a mão de obra disponível no mercado, temos que investir em filmes que tragam retorno financeiro. É reinvestindo esses recursos no mercado que iremos transformar a realidade atual. Precisamos de filmes de sucesso. Precisamos de blockbusters.

PS.: A fotografia que ilustra o post é da galeria do Festival do Rio no Flickr. Lindas fotos. Confiram.

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