quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Instant Everything

Essa semana um jovem estudante de ciência da computação criou o Youtube Instant, um mecanismo de busca que exibe resultados do site de vídeos enquanto você digita, em tempo real. A criação de Feross Aboukhadijeh fez tanto sucesso que o próprio criador do Youtube ofereceu, através do Twitter, um emprego ao rapaz.

Isso me fez pensar que o mundo ruma para uma era de infinitas possibilidades. Diferentes caminhos de vida, carreiras, filosofias, encontros amorosos. As informações são agora instantâneas e em quantidade e velocidade avassaladoras. Qualquer coisa é possível, a qualquer momento. E isso tudo pode ser libertador, ou incrivelmente assustador e paralizante.

A maioria de nós, que temos menos de 30 anos, já vivemos mais amores do que nossos bisavós, tivemos mais empregos e conhecemos mais lugares do que nossos avós e, muito provavelmente, já sonhamos muito mais do que os nossos pais. Por outro lado, quanto mais sonhamos, mais desejamos, maiores são as chances de perder contato com o real. Aumenta o risco de se ver em uma eterna encruzilhada, paralizado diante de tantas portas e caminhos. A ansiedade e a inquietação que muitas vezes a gente nem sabe de onde vem são um mal de quem tem diante de si um mundo inteiro.

Sem foco, sem estar centrado, as chances de nos perdermos nessa miríade de destinos possíveis que invadem nosso dia-a-dia são enormes. É preciso sempre ter em mente nossos valores e o que é realmente importante pra que possamos ter a chance de amar mais, sonhar mais, conhecer mais do mundo e tornar concretos os nossos desejos. E, de quebra, compartilhar isso com todo mundo. De preferência, em tempo real.

Boa sorte, Aboukhadijeh.

2 comentários:

Anônimo disse...

O meu consolo é que existe gente como a gente. Adorei me identificar no seu post: é assim, descobrindo um e outro, que eu sonho com uma vida menos instantânea!! parabéns pelo blog! um abraço, Sabrina Nogueira.

Gisele Faria disse...

Adorei o texto e concordo plenamente. Acredito que estamos vivendo um momento único de encontro consigo mesmo diante da escolha consciente. Nos tempos dos nossos avós e bisavós, para trás, os desejos, ao meu ver, eram os mesmos que os da nossa geração. Mas pareciam impossíveis de ser realizados. Essas gerações tiveram seus desejos limitados pelo "não posso". Hoje podemos desejar e dizer "posso e quero" ou, especialmente, "posso mas não quero" diante das infinitas possibilidades que se nos apresentam. Então descobrimos como é bom escolher por conta própria, seguindo os próprios valores... e isso dá uma vontade danada de compartilhar com o mundo!