I do!
Como apreciador de quadrinhos e ex-adolescente nerd, eu havia lido a graphic novel há uns bons doze anos, e por isso, fui conferir a estreia da aguardada, disputada e conturbada adaptação da obra do fantástico Alan Moore para os cinemas.
Polêmicas a parte, o filme é muito bom. Com o relativo sucesso de 300 e uma boa dose de personalidade, Zack Snyder conseguiu convencer os executivos que ser fiel à graphic novel seria o melhor caminho a seguir. E foi. O roteiro é na verdade uma mera adaptação e condensação da brilhante obra de Moore, que decepcionado com Hollywood, abriu mão de todos os direitos e ganhos financeiros em favor de David Gibbons, o desenhista. A trama é interessante, mas o grande mérito de Watchmen é a profundidade de seus personagens e a narrativa extremamente psicológica, que se mantiveram no filme. Apesar do final ter uma solução diferente dos quadrinhos, eu a considerei bastante elegante e mais alinhada com os dias de hoje. Me agradou, mas não vou comentar mais pra não estragar o fim do filme.
Talvez o grande mérito de Snyder enquanto diretor tenha sido mesmo defender o material original, sem ceder à maioria dos apelos do estúdio, principalmente em relação à violência e nudez presentes nos quadrinhos, numa tentativa clara de obter uma classificação mais branda para o filme e assim faturar mais uns trocados. O filme é extremamente fiel, até mesmo em alguns enquadramentos e diálogos, transpostos ipsis literis para as telas dos cinemas. Relativamente inexperiente em longametragens, ele peca por alguns excessos, preciosismos como a farta utilização de câmeras lentas, especialmente na sequência inicial, onde o Comediante trava uma luta contra um agressor misterioso. Um grande acerto de Snyder foi a maneira através da qual compilou décadas de um background indispensável para compreender o universo de Watchmen em uma sequência que apresenta também os créditos iniciais.
O elenco de rostos desconhecidos funciona bem. É difícil dar credibilidade a um super herói quando ele é a cara do Ben Affleck. Apesar das críticas, gosto da atuação de Patrick Wilson como o Coruja e de Jackie Earle Haley como o Rorschach e não tenho nada contra o Comediante de Jeffrey Dean Morgan.
É claro que tecnicamente o filme é muito bom. Fotografia, edição e todo o resto estão dentro do nível de excelência que se espera de uma produção hollywodiana que custou mais de US$ 130 milhões. Mas, ao menos pra mim, uma grata surpresa e, francamente, uma das melhores coisas do filme, é a trilha musical. Com uma seleção bastante abrangente de músicas que se encaixam perfeitamente nos vários momentos do filme em que são utilizadas, a música se destaca e ajuda a compor a obra e a criar o clima.
Em suma, Watchmen foi uma graphic novel que revolucionou o mundo dos quadrinhos na década de 80, dando uma sacudida nos arquétipos estabelecidos até então. A obra é tão influente, que foi considerada pela revista Time como um dos 100 romances mais importantes de todos os tempos. É claro que o filme jamais terá o mesmo impacto, mas é uma adaptação fiel que promete agradar aos fãs, desde que eles não sejam fundamentalistas muito radicais. Eu gostei, mas não sei se teria a mesma graça se eu não tivesse tido contato com a obra de Alan Moore antes, apesar de que os arquétipos com os quais Moore jogou há mais de vinte anos, são agora quase que de domínio público, se é que se pode usar essa expressão.
Outras opiniões +
Falta de bons atores prejudica desempenho de "Watchmen" (Mateus Potumati - G1)
As impressões de "Watchmen" (Blog do Bonequinho)
Como apreciador de quadrinhos e ex-adolescente nerd, eu havia lido a graphic novel há uns bons doze anos, e por isso, fui conferir a estreia da aguardada, disputada e conturbada adaptação da obra do fantástico Alan Moore para os cinemas.
Polêmicas a parte, o filme é muito bom. Com o relativo sucesso de 300 e uma boa dose de personalidade, Zack Snyder conseguiu convencer os executivos que ser fiel à graphic novel seria o melhor caminho a seguir. E foi. O roteiro é na verdade uma mera adaptação e condensação da brilhante obra de Moore, que decepcionado com Hollywood, abriu mão de todos os direitos e ganhos financeiros em favor de David Gibbons, o desenhista. A trama é interessante, mas o grande mérito de Watchmen é a profundidade de seus personagens e a narrativa extremamente psicológica, que se mantiveram no filme. Apesar do final ter uma solução diferente dos quadrinhos, eu a considerei bastante elegante e mais alinhada com os dias de hoje. Me agradou, mas não vou comentar mais pra não estragar o fim do filme.
Talvez o grande mérito de Snyder enquanto diretor tenha sido mesmo defender o material original, sem ceder à maioria dos apelos do estúdio, principalmente em relação à violência e nudez presentes nos quadrinhos, numa tentativa clara de obter uma classificação mais branda para o filme e assim faturar mais uns trocados. O filme é extremamente fiel, até mesmo em alguns enquadramentos e diálogos, transpostos ipsis literis para as telas dos cinemas. Relativamente inexperiente em longametragens, ele peca por alguns excessos, preciosismos como a farta utilização de câmeras lentas, especialmente na sequência inicial, onde o Comediante trava uma luta contra um agressor misterioso. Um grande acerto de Snyder foi a maneira através da qual compilou décadas de um background indispensável para compreender o universo de Watchmen em uma sequência que apresenta também os créditos iniciais.
O elenco de rostos desconhecidos funciona bem. É difícil dar credibilidade a um super herói quando ele é a cara do Ben Affleck. Apesar das críticas, gosto da atuação de Patrick Wilson como o Coruja e de Jackie Earle Haley como o Rorschach e não tenho nada contra o Comediante de Jeffrey Dean Morgan.
É claro que tecnicamente o filme é muito bom. Fotografia, edição e todo o resto estão dentro do nível de excelência que se espera de uma produção hollywodiana que custou mais de US$ 130 milhões. Mas, ao menos pra mim, uma grata surpresa e, francamente, uma das melhores coisas do filme, é a trilha musical. Com uma seleção bastante abrangente de músicas que se encaixam perfeitamente nos vários momentos do filme em que são utilizadas, a música se destaca e ajuda a compor a obra e a criar o clima.
Em suma, Watchmen foi uma graphic novel que revolucionou o mundo dos quadrinhos na década de 80, dando uma sacudida nos arquétipos estabelecidos até então. A obra é tão influente, que foi considerada pela revista Time como um dos 100 romances mais importantes de todos os tempos. É claro que o filme jamais terá o mesmo impacto, mas é uma adaptação fiel que promete agradar aos fãs, desde que eles não sejam fundamentalistas muito radicais. Eu gostei, mas não sei se teria a mesma graça se eu não tivesse tido contato com a obra de Alan Moore antes, apesar de que os arquétipos com os quais Moore jogou há mais de vinte anos, são agora quase que de domínio público, se é que se pode usar essa expressão.
Outras opiniões +
Falta de bons atores prejudica desempenho de "Watchmen" (Mateus Potumati - G1)
As impressões de "Watchmen" (Blog do Bonequinho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário