terça-feira, 21 de abril de 2009

Signs



Eu cresci, como a maioria das pessoas da minha geração, assistindo a filmes. Posso dizer sem sombra de dúvida que eles fazem parte de quem eu sou. Assisti incontáveis filmes no cinema, na Sessão da Tarde, em vídeo... a maioria de Hollywood.

O cinema americano adora (e quem não adora?) histórias de amor. Especialmente se elas forem inusitadas e tiverem finais felizes, como o curtametragem logo acima. Signs não é um filme americano. É um curtametragem dirigido por um australiano, Patrick Hugues. O filme é bem bolado, começando pelo título, que na tradução significa tanto sinais quanto placas (assista e você vai entender a relevância dessa brincadeira com o duplo sentido da palavra). A direção e a fotografia são boas. Mesmo. A trilha, a direção de arte e o roteiro são ótimos e o mais importante é que no final, depois de muitas risadas e alguns suspiros, você acaba com o coração amolecido (se não ficou, por favor verifique se você ainda tem um).

Fico pensando quanto da nossa maneira de ver os relacionamentos amorosos e das nossas idéias de romance foram plantados e são mediados pelo cinema de Hollywood. Fico pensando em como a nossa subjetividade é construída pela cultura que consumimos. Fico pensando se histórias tão bacanas como essa acontecem na vida real. Fico pensando se elas também terão um happy end, como aquele de quase todos os filmes hollywoodianos. Fico pensando que não há uma janela diante da minha, só um muro de concreto.

PS.: Assisti a Signs através do Massa Cultural, um ótimo blog sobre diversidades.

Nenhum comentário: