Na última semana, Globo e Record levaram a disputa saudável que vêm travando pela audiência da televisão brasileira a um outro nível.
Depois que o Jornal Nacional deu destaque às acusações do Ministério Público paulista contra o Bispo Edir Macedo e a cúpula da Igreja Universal e citou a Rede Record na reportagem, essa disputa ficou franca e aberta como nunca antes. A Record reagiu através de seus telejornais, fazendo críticas diretas e acusações um tanto conspiratórias à Rede Globo.
A sua última cartada foi comprar o polêmico documentário Muito Além do Cidadão Kane. Produzido em 1993 para o Channel 4 britânico, ele acabou se tornando um filme 'cult' e foi bastante divulgado e assistido numa época em que filmes circulavam através de cópias em VHS, e não pela internet.
Segundo reportagem da Folha Ilustrada, a Record comprou os direitos do filme, através do produtor John Ellis, por meros US$ 20 mil. Apesar de não poder exibir todo o documentário por questões que envolvem direitos autorais de imagens da Globo contidas no filme, a emissora do Bispo Macedo pode exibir os trechos autorais do mesmo.
Apesar de ser contra misturar religião e comunicação, não tenho nada contra a Rede Record e acho admirável que ela venha fazendo esforços pra concorrer com a programação da Globo de igual pra igual, produzindo seriados e novelas em uma escala em que só a concorrente fazia até pouco tempo atrás.
Como em todo país democrático com liberdade de expressão e livre mercado, quando duas empresas dessa magnitude iniciam uma disputa como essa, geralmente o consumidor, nesse caso o espectador, pode tirar algo de positivo do processo, se for capaz de pensar de maneira crítica.
Sendo assim, já que a Record não pode exibir o documentário sobre Roberto Marinho na íntegra, eu o faço. Não para tomar partido, apenas para exercer o meu direito de poder fazê-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário